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Cristo, o Discípulo e a Lei

Lições Bíblicas - Discipulando - Portando Uma Nova Identidade, CPAD


Meditação

"Porque o fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê" (Romanos 10:4)


Texto Bíblico Base

17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. 

18 – Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. 

19 – Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus. 

20 – Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus. 

Mateus 5:17-20


Introdução

No Sermão da Montanha, Jesus deixou claro que não veio destruir a Lei ou os Profetas, mas cumpri-los. Esse cumprimento não significava uma ruptura com as Escrituras do Antigo Testamento, mas uma nova interpretação e realização plena de suas promessas. Como o próprio Jesus afirmou, "até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei" (Mt 5:18). 


1. Cristo Cumpriu Toda a Lei

Cumprindo a Lei e os Profetas: Jesus personificou os mandamentos e as profecias do Antigo Testamento. Desde os rituais, profecias e até os elementos simbólicos, Ele cumpriu o que era requerido pela Lei e o que foi anunciado pelos profetas. O livro de Hebreus ilustra como sua vida e obra prefiguram-se em várias partes das Escrituras, como os sacrifícios levíticos que apontavam para o seu sacrifício perfeito na cruz.


Profecias Cumpridas: A vinda de Jesus foi profetizada em detalhes: Ele nasceu de uma virgem, em Belém, e sua entrada triunfal em Jerusalém sobre um jumento (Is 7:14, Mq 5:2, Zc 9:9) são exemplos. Outras profecias também se realizaram, como sua traição por 30 moedas de prata (Zc 11:12), sua crucificação entre ladrões, e sua oração intercessória pelos seus acusadores (Is 53:12).


Os Ritos da Lei Cumpridos: Jesus cumpriu as exigências da Lei Mosaica e reprovou tradições humanas que desrespeitavam a essência da Lei. Em seu ministério, Ele manteve práticas da Lei e viveu uma vida sem pecado, oferecendo-se como sacrifício final.


2. A Religião Interior versus a Exterior

Jesus confrontou a justiça dos escribas e fariseus, que buscavam reconhecimento externo e colocavam a aparência de obediência acima do compromisso interno com Deus. A obediência à Lei, para Cristo, deveria ir além das ações exteriores e envolver um coração voltado para a verdade e justiça. Ele ensinou que a verdadeira fé não está em seguir a letra da Lei de forma mecânica, mas em uma transformação interior baseada no amor e na reverência a Deus. Na parábola do fariseu e do publicano (Lc 18:9-14), Jesus mostra que a humildade e a sinceridade são essenciais para a salvação.


3. A Justiça do Reino de Deus

Jesus chamou os seus discípulos a viverem uma justiça que superasse a dos fariseus. Esta justiça superior é baseada na graça e expressa através de boas obras, que são consequência de uma vida transformada. As obras são um reflexo da fé viva e demonstram a graça de Deus em nossas vidas, sendo feitas não por mérito, mas como expressão de gratidão. Assim, a verdadeira justiça no Reino de Deus é uma religião do coração.


Conclusão

Ao observar os ensinamentos de Cristo, somos chamados a viver uma fé autêntica que vá além das aparências, com motivações puras e sinceras. Que nossas ações sejam guiadas pela graça e pela vontade de agradar a Deus, e não pela busca de reconhecimento. Cristo nos chama a uma justiça que vem do coração, uma vida que reflete a essência da Lei e da graça que Ele nos oferece.


Referência: "Lições Bíblicas - Discipulando", publicada pela CPAD, Lição 3 -"Jesus, o discípulo e a Lei". 

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Comentário


Ao longo de Seu ministério, Jesus abordou o papel da Lei Mosaica, especialmente no que se refere ao cumprimento de suas ordenanças. O Sermão do Monte, registrado nos Evangelhos, é um dos momentos mais significativos em que Ele discute a Lei e Seus ensinamentos. Em vez de seguir estritamente as regras cerimoniais e rituais, Jesus destacou os princípios morais e espirituais que sustentavam essas normas. Ele ensinou que a verdadeira adoração e obediência a Deus ultrapassam as práticas externas e alcançam o coração e a transformação interna.

O Contexto das Leis Cerimoniais e Rituais

No Antigo Testamento, as leis cerimoniais tinham a função de estabelecer a relação do povo de Israel com Deus e marcar sua identidade distinta entre as nações. Incluíam regras sobre sacrifícios, observância do sábado, restrições alimentares e purificação. Embora essas práticas ajudassem o povo a expressar devoção e obediência, com o tempo, a ênfase excessiva nessas normas passou a distanciar as pessoas dos valores mais profundos que Deus desejava cultivar: justiça, misericórdia e humildade (Miquéias 6:8).

O Enfoque de Jesus nos Princípios Morais e Espirituais

Jesus criticava os religiosos da época por praticarem a "letra da Lei" sem compreender seu propósito espiritual. Em Mateus 23:23, Ele acusa os fariseus de serem extremamente rigorosos em pequenas observâncias, como o dízimo das ervas, enquanto ignoravam “os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé”.

Para Jesus, o objetivo das leis cerimoniais era conduzir o povo a uma vida em conformidade com os valores morais de Deus, promovendo não apenas uma pureza ritual, mas uma vida ética e espiritual. Isso é particularmente claro quando Jesus declara: "Eu, porém, vos digo" (Mateus 5:21-22), em que interpreta os mandamentos da Lei, como "não matarás" e "não cometerás adultério", revelando que o pecado e a virtude residem primeiramente no coração. A raiz desses mandamentos está na intenção e na motivação interna, não apenas nas ações externas.

A Verdade do Espírito sobre a Letra da Lei

Na segunda carta aos Coríntios, Paulo escreve que "a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 Coríntios 3:6), destacando a transformação que ocorre na Nova Aliança com Cristo. A letra da Lei, em sua forma literal, revelava os pecados do povo e o levava à condenação, pois ninguém era capaz de cumpri-la perfeitamente. Com Cristo, o foco passou para a verdade do Espírito, que leva o crente a viver em harmonia com a vontade de Deus e a cultivar uma obediência genuína e espiritual, fundamentada no amor e na justiça.

A Nova Aliança e o Cumprimento da Lei em Cristo

Jesus apresentou uma nova maneira de viver a Lei, que não anulava os ensinamentos do Antigo Testamento, mas os completava. Ele demonstrou que o amor e a justiça devem ser o cerne da prática religiosa e que a obediência verdadeira é medida pela transformação interior e pelo desejo de seguir a Deus, em vez de uma simples conformidade externa com rituais e tradições. Dessa forma, o legado de Jesus nos ensina que o propósito da Lei é aproximar o ser humano de Deus, orientando-o na prática de uma espiritualidade viva e transformadora.

Este enfoque de Jesus sobre os princípios morais e espirituais da Lei nos convida a repensar nossa relação com as práticas religiosas e a buscarmos, acima de tudo, uma vida que reflita a compaixão, a misericórdia e a justiça. A verdadeira religião, segundo Jesus, é aquela que transforma o coração e impacta o próximo, conforme a essência dos valores do Reino de Deus​

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